terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Postagem do Solstício de Verão de 2010

Hoje é o dia mais longo do ano, muitas coisas aconteceram nesses três meses da Casa da Embaúba. Nota-se a cada visita uma visão maior do terreno e das suas características. As prioridades começam a surgir, como: cerca, que protegerá as novas plantas nativas que surgiram após a queimada, consertar a canalização de abastecimento de água que está no momento quebrada, adquirir a caixa d´agua, fazer plantio na mata ciliar, terminar a base que começamos a construir.

Há muito trabalho a fazer, o verão está apenas começando.

Evolução 2010

Plantio: Foram plantadas aproximadamente 25 mudas de espécies nativas e de incidência em mata ciliar. Entre elas, Sangra D´agua, Barriguda, Jenipapo, Ipê Roxo, Guatambu, Maria Preta, Capitão do Mato, Xixá, Gueroba e para decorar, um Flamboyant. Esse período é favorável ao plantio devido a grande quantidade de chuvas.

Base: Uma pequena base começou a ser construída para melhor alojamento durante as visitas. Será o local de cozinha, armazenamento de ferramentas e semente, além de uma ducha que será instalada ao lado.

Registros deste ano  

 






Mountain Bike rolando...





Ema no caminho para uma das cachoeiras da região.


Monocultura rasgando o cerrado.

Carcará

Vista de uma das cachoeiras da região.



É noite no acampamento.

cozinha.temp :-)




Embaúba representando!




Materiais da base 1








Self service de Lobeira.




quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Embaúba - Ela representa tudo

Embaúba é designação comum a várias espécies de árvores, principalmente do gênero Cecropia, podendo chegar a 15 m de altura. Pertence ao estrato das plantas pioneiras.


Muito querida por animais e insetos, seu formato é inconfundível. Podemos encontrá-la em quase todos tipos de vegetação principalmente por conta de animais e pássaros quem se alimentam de seus frutos e espalham as sementes por todos os cantos. (Veja vídeo ao final do post)

O tronco é reto e oco, com nós e entrenós. É exatamente este local que as formigas ocupam que, em troca de abrigo e alimentação, a defendem de pragas e insetos que possam destruir suas flores e folhas. O tronco pode ser utilizado para fabricação de caixotes, jangadas e flutuadores.

Na medicina popular o broto utilizado como adstringente no tratamento de vias respiratórias, hemorragias, asma, bronquite e tosse, nas disenterias e diarréias.

Como não é exigente com relação ao solo, as espécies de embaúba são muito freqüentes em áreas de sucessão ecológica inicial, podendo ocorrer em regiões que sofreram algum impacto.

Pioneira, inúmeras espécies deste gênero são recomendadas para projetos de recuperação de áreas degradadas, servindo como alimento para animais nativos e ajudando outras espécies vegetais a crescerem (pioneiras e secundárias), contribuindo para que novas espécies venham a colonizar a área, aumentando a complexidade do ecossistema em questão.

Na Casa da Embaúba esse fato é nítido. A única mata existente é a mata de ciliar do córrego Porteira, com apenas 4 metros, aproximadamente. Nas partes acima dessa mata, em terreno com bastante cascalho, as embaúbas estão altas e bastante saudáveis, preparando o terreno para outras espécies.


Mudas de Embaúba - Aprendendo com quem já muito caminhou

O Pr. George, do Viveiro Planta que Cresce, ensina ao alunos do curso de Recuperação de Nascentes, em Corumbá de Goiás, uma maneira simples de se fazer mudas de Embaúba. Assista ao vídeo: 



O Viveiro Planta que Cresce, é um espaço de educação e sustentabilidade, situado em Pirenópolis - GO. Conheça mais no site: www.plantaquecresce.com.br

Chá de Embaúba - Resgatando conhecimentos

Um chá a partir de suas folhas pode auxiliar o tratamento de quem sofre dos sintomas da hipertensão arterial. Vejamos como fazer esse chá:

Você vai precisar de:
- 1 colher de chá de folhas secas e picadas de embaúba;
- 1 xícara de água

Modo de preparo:
Ferva a xícara de água e em seguida coloque as folhas de embaúba. Deixe abafado por cinco minutos. Beba três xícaras do chá por dia.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Casa da Embaúba - Sítio Sustentável

Casa da Embaúba é um projeto que consiste no envolvimento de pessoas em um sistema sustentável, a longo prazo, com uso de técnicas permaculturais e sistemas agroflorestais em um processo de recuperação de áreas degradadas.

O tamanho do terreno é um alqueire Goiano = 48.400 m² = 4,84 hec.


Este terreno foi escolhido por seu alto grau de degradação cujo projeto permacultural se faz necessário nesta área. Há 3 nascentes que já secaram, assoreamento e falta de mata de galeria do Córrego Porteira, compactação de terra por anos de pisoteio de animais no local, solo com muito cascalho devido a falta de cobertura vegetal, entre outros aspectos degradantes.

O local passará por uma fase de estudos para que se crie um sistema que resulte na integração harmoniosa entre as pessoas e a paisagem, provendo alimentação, energia e habitação, entre outras necessidades materiais e não -materiais, de forma sustentável. 

Um dos objetivos é lidar com as plantas, animais, edificações e infra-estruturas (água, energia, comunicações). Todos estes elementos, tratados e relacionados de forma coerente e inteligente podem criar um espaço sustentável, utilizando a menor área possível.

A idéia de sustentabilidade não é nova. Nossos ancestrais já tinham essa informação e faziam questão de passá-la adiante, de geração em geração. Uma das partes mais importantes dessa auto-preservação foi o reconhecimento da nossa interconexão com a natureza de uma maneira holística. Em algum momento na história da humanidade, principalmente a partir da Revolução Industrial, nós paramos de ouvir os nossos idosos e começamos a esgotar recursos e a nos esquecermos que também somos natureza e fazemos parte do movimento de suporte de toda a vida no planeta.

Localizado no município de São João D’aliança, há 25km da cidade de Alto Paraíso, a região é rica em biodiversidade. Cachoeiras, rios, cânions são algumas das belezas naturais próximas ao terreno. Há trechos de cerrado intactos em que ainda podemos encontrar em abundância Cajuzinhos-do-Cerrado, Araticum e Jatobá.

Porém, como em quase todo o município, grandes latifundiários estão aproveitam áreas próximas ao terrenos para grandes plantações e pecuária. O resultado dessa interferência é a mortandade de todo um ecossistema e qualidade de água e ar.

A intereferência nesse local busca unir a tríplice da sustentabilidade: trabalhar a natureza, a economia e o social de uma forma harmoniosa visando mudar padrões de vida e interação com os ciclos naturais.